A peça põe frente a frente três personagens maiores da história do teatro europeu: Mefistófeles, do mito do Fausto, comprador de almas, que marcou presença nas obras de autores como Marlowe, Goethe, Thomas Mann e Pessoa; Columbina, a criada e enamorada que na Commedia dell’Arte partia corações a criados e patrões; Pierrot, personagem da pantomima que Charles Debureau imortalizou em Paris no séc. XIX, no Théâtre des Funâmbules, e que pintores e poetas representaram ao longo do sec. XX como a imagem da pureza e do amor leal.
José Régio prepara-nos o cenário para reunir estas três personagens: a antecâmara dum salão onde se festeja uma última noite de carnaval. Em corrida, três mascarados irrompem nesse espaço, excitados pelo apelo ao jogo e à sedução que as máscaras motivam. E o jogo é simples: Pierrot e Mefistófeles disputam o coração de Columbina que espera ser cativada por aquele que melhor exerça a arte de seduzir. A forma, o sentido e o tom dessa disputa são os ingredientes deste texto, em que o teatro questiona a possibilidade do amor existir enquanto dupla expressão dum modo e dum sentimento. Oscilamos entre duas leituras: «o amor como expressão dum teatro, ou o teatro como expressão do amor? »
A forma, o sentido e o tom dessa disputa são os ingredientes deste texto, em que o teatro questiona a possibilidade do amor existir enquanto dupla expressão dum modo e dum sentimento. Oscilamos entre duas leituras: «o amor como expressão dum teatro, ou o teatro como expressão do amor?»
Numa sequência hilariante de situações que envolvem e dão corpo a esta disputa, os três actores desafiam as leis da lógica, da razão e do artifício teatral para darem a ver como o amor pode surgir do imprevisto, do momento desacautelado, da fantasia ébria, em que um olhar, um gesto ou uma palavra adquirem o poder de desarmar o coração. Mais, dão a ver ao espectador como o acto teatral pode surgir de quase nada, das pequenas construções de sentido ou da utilização dum objecto, revelando em directo o aparecimento de cada personagem a partir do seu próprio «esqueleto histórico», num prólogo «inventado» e muito divertido.
Ficha técnica
Concepção e encenação Nuno Nunes
Cenário e figurinos Ana Limpinho
Intérpretes Hugo Sovelas
Maria João Miguel
Sophie Leso
Produção executiva Nuno Nunes
Paula Fernandes
Produção Propositário Azul
Apoio: Teatro da Trindade
Palco Oriental
IPJ
C.M. Lisboa
Estreia: 27-Festival Internacional de Teatro de Vila Real, 8 de Abril 2005.
Em cena: de 13 de abril a 8 de maio, na Sala-Estúdio do Teatro da Trindade, Lisboa
4ª a sab. às 22h, dom. às 17h.
Preço dos Bilhetes: 8€ (normal), 30% desc. p/ séniores, ≤ 25, grupos ≥ 20, sócios do INATEL, PIN cultura e profissionais do espectáculo Reservas: 213 420 000
Digressão: 9 de Setembro de 2005, Convento de São Francisco, Portalegre
4 de Outubro de 2008 às 21h30, Casa da Música, Óbidos
"No próximo dia 4, às 21h30, o Auditório Municipal da Casa da Música, em Óbidos, recebe a peça de teatro “Três Máscaras e Um Prólogo”, de José Régio, com encenação de Nuno Nunes e cenografia de Ana Limpinho. A representação está a cargo da Companhia de Teatro Propositário Azul." In Jornal das Caldas on line de 1 Out. 2008